Os termos específicos de classificação de salas, áreas, ambientes, etc são padronizados de acordo com a atividade do local, com a necessidade de controle, com os riscos desse local e dessa atividade, etc.
São denominações e padronizações específicas para cada situação.
Em Áreas Classificadas, sempre temos Atmosferas Explosivas (por exemplo, um tanque de armazenamento de álcool), porém, nem todos os lugares onde existem Atmosferas Explosivas são considerados Áreas Classificadas (por exemplo, a cozinha de casa com vazamento de gás). Quando se desenvolve um projeto para Áreas Classificadas, temos a certeza de que vamos trabalhar em Atmosferas Explosivas.
São considerados ambientes de alto risco aqueles os quais existe a possibilidade de vazamento de gases inflamáveis em situação de funcionamento normal devido a razões diversas (por exemplo, desgaste ou deterioração de equipamentos). Em outras palavras é um local sujeito a probabilidade de formação/existência de uma atmosfera explosiva.
A NR-10 especifica as medidas preventivas a serem adotadas no controle de riscos adicionais, entre elas a explosividade.
Segundo a NR-10 – item 10.4.2 – Nos trabalhos e nas atividades referidas devem ser adotadas medidas preventivas destinadas ao controle de riscos adicionais, especialmente quanto a altura, confinamento, campos elétricos e magnéticos, explosividade, umidade, poeira, fauna e flora e outros agravantes, adotando-se a sinalização de segurança.
As áreas classificadas normalmente cobrem uma zona cujo limite é onde o gás (ou mistura de gases inflamáveis) estará tão diluído ou disperso que não poderá apresentar perigo de explosão ou combustão. Segundo as recomendações da norma IEC 79-10, as áreas classificadas são divididas da seguinte forma:
ZONA 0: Área na qual uma mistura de gás/ar, potencialmente explosiva, está presente continuamente ou por grandes períodos de tempo.
ZONA 1: Área na qual uma mistura de gás/ar, potencialmente explosiva, pode estar presente durante o funcionamento normal do processo.
ZONA 2: Área na qual uma mistura de gás/ar, potencialmente explosiva, não está normalmente presente. Caso esteja, será por curtos períodos de tempo.
Um equipamento instalado dentro de uma área classificada também deve ser classificado, e esta classificação é baseada na temperatura superficial máxima que este equipamento pode alcançar em funcionamento normal e em caso de falha.
A norma EM 50.014 especifica a temperatura superficial máxima em 6 níveis, assumindo como temperatura de referência a temperatura ambiente de 40ºC.
ATMOSFERA EXPLOSIVA
É a mistura com o ar, em condições atmosféricas, de substâncias inflamáveis sob a forma de gases, vapores, névoas ou poeiras, na qual, após ignição, a combustão se propague a toda a mistura não queimada. Simplificando: é uma área onde existe a possibilidade de ocorrer explosões.
Para que ocorra uma explosão é necessário a combinação de três elementos:
Fonte de ignição: que podem ser faíscas elétricas ou efeito térmico (temperaturas muito elevadas);
Comburente: que neste caso é o oxigênio (como o ar é composto por oxigênio, então este elemento está presente em toda parte);
Substância inflamável ou combustível: gás, vapor, poeira combustível e fibra combustível.
OBS.: Explosão é a “propagação de uma zona de combustão a uma velocidade na ordem de m/s” (a velocidade de combustão para vapores de petróleo pode atingir 25m/s). Com forte ruído proveniente do aumento de pressão 3 a 10 bar. [1]
Um exemplo simples de Atmosfera Explosiva pode ser gerado dentro da nossa própria casa, quando deixamos o gás vazar por um certo tempo. Todos nós já ouvimos dizer que quando isso acontece, não devemos acender a lâmpada ou, muito menos, um fósforo ou isqueiro. O porque disto é simples: nossa cozinha já tem, naturalmente, oxigênio (presente no ar). O gás que vazou e tomou conta do ambiente é uma substância inflamável e está em contato com o oxigênio. Então já temos dois elementos presentes no ambiente. Se nós acendermos a lâmpada, vamos gerar uma faísca no interruptor…essa pequenina faísca, vai reagir com os outros dois elementos e vai causar a explosão. O mesmo pode acontecer se acendermos um fósforo ou um isqueiro. Mas não se assustem….a explosão vai ocorrer se o gás vazar por muito tempo e ‘tomar conta’ de todo o ambiente. Em um ambiente industrial considerado Atmosfera Explosiva, existe, naturalmente, a presença dos elementos comburente e substância inflamável/combustível. Então quer dizer que, se uma simples faísca elétrica for gerada, os três elementos reagem e ocorre a explosão. É daí que surge a necessidade de se desenvolver normas e equipamentos específicos para trabalharem nessas áreas.
Como já mencionado acima, a relação existente entre Áreas Classificadas e Atmosferas Explosivas é a seguinte: em Áreas Classificadas, sempre temos Atmosferas Explosivas (por exemplo, um tanque de armazenamento de álcool), porém, nem todos os lugares onde existem Atmosferas Explosivas são considerados Áreas Classificadas (por exemplo, a cozinha de casa com vazamento de gás). Quando se desenvolve um projeto para Áreas Classificadas, temos a certeza de que vamos trabalhar em Atmosferas Explosivas.
Como exemplo segue uma relação de lugares que podem se tornar potencialmente explosivos:
Pelo vazamento de gases e vapores:
Postos de gasolina;
Distribuidoras de GLP;
Comércio;
Hospitais;
Estações de tratamento de esgoto;
Galerias de concessionárias;
Condomínios etc.
Por poeiras combustíveis:
Indústrias alimentícias;
Farmacêuticas;
Carvão;
Madeira;
Cervejarias;
Moinhos;
Negro de fumo etc.
Por fibras combustíveis:
Indústrias Têxteis;
Papel e celulose;
Cereal etc.
Em uma indústria os requisitos de segurança estão sendo cada vez mais exigidos devido à necessidade de se proteger o patrimônio e, principalmente, os trabalhadores do local. Então, em ambientes industriais considerados Áreas Classificadas, exige-se o uso de equipamentos certificados para trabalharem nesses locais. Essa certificação assegura que uma possível faísca gerada dentro do equipamento, não causará uma explosão. Porém, nessas indústrias, existem vários ambientes que exigem diferentes ‘tipos’ de segurança. Esses ‘tipos’ são chamados de métodos de proteção e são classificados em:
Pressurizado;
Imersos em óleo;
Imersos em areia;
Encapsulados;
Segurança aumentada;
Prova de explosão;
Segurança intrínseca.
Os dois métodos mais usados nas indústrias são: Prova de Explosão e Segurança Intrínseca